terça-feira, 6 de julho de 2010

Ponto cego

Há tempos venho pensando a respeito deste assunto. Desde que voltamos a residir na cidade de Franca (SP), há algo que venho observando: o número de motos transitando na cidade vem aumentando vertiginosamente.
Existem situações nas quais é simplesmente impossível dirigir, em face da imprevisibilidade das reações dos motociclistas e da maneira imprudente que dirigem. Este problema é reforçado pela quantidade excessiva destes veículos: em vias mais movimentadas, chega-se a presenciar até seis motos ao redor de carros, cada uma tentando ultrapassar o carro e as outras motos, concomitantemente. Não passa a ser surpresa, portanto, o fato de existirem tantas notícias relacionadas a pessoas que perderam suas vidas ou foram mutiladas devido a acidentes com motos.
Infelizmente, o desrespeito às regras de trânsito é flagrante. Foi noticiado recentemente que até mesmo o secretário municipal de Serviços e Meio Ambiente, que cuida do setor de trânsito, foi multado por ter sido flagrado falando ao celular enquanto dirigia. É preciso dizer algo mais?
De acordo com a mídia, as ruas de Franca ganharam 15,7 mil veículos em seis meses. Este número perfaz um total de 50.996 motos e 111.585 carros (in Jornal Comércio da Franca, 12.06.2010, Caderno Local, p. A-4). Há aproximadamente 330.000 habitantes em Franca (dados de 2009). Portanto, a proporção é de uma moto para cada seis habitantes e um carro para cada três habitantes.
Sobre o assunto, houve o seguinte comentário efetuado por um fabricante de motos, referindo-se à situação do Brasil:

""Hoje, temos uma motocicleta para cada 14 habitantes, mas há espaço para essa proporção chegar a uma moto a cada sete pessoas. Estamos vendo grande potencial no mercado brasileiro".

Disponível em http://doisporum.com/?p=5912

A meta deste fabricante foi atingida em Franca, porém, basta percorrer as ruas da cidade e observar a quantidade de notícias relacionadas a acidentes para saber que o que a indústria propaga não se coaduna com os anseios da população.
Resta-nos a indagação: será que a resolução que dispõe que mototaxistas e motoboys farão curso para trabalhar irá melhorar as condições do trânsito nas cidades, ou trata-se de mais uma medida paliativa, para, na realidade, melhorar a situação econômica dos promotores destes cursos?
Talvez esta seja mais um ponto cego da sociedade atual...

2 comentários:

Carlos Palermo disse...

Valeu! Para complementar, saiu notícia no jornal Comércio da Franca, há cerca de dois dias, sobre acidente de trânsito provocado pelo condutor, o qual é capitão da polícia e comandante do trânsito.

Seguidor Carlos

Carlos disse...
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